Instituto de Artes-UNESP
Música e produção de conhecimento na universidade
A discussão tratará da música como área de conhecimento que foi introduzida como corpo de saberes teóricos e práticos nas universidades do ocidente desde o século XIII, posteriormente relegando suas práticas aos conservatórios. A musicologia predominou nas universidades na Alemanha e Áustria, disseminando-se por outros países da Europa e EUA. A partir de uma de suas linhas de pesquisa, a musicologia sistemática, nasceu a cognição musical, cujas origens remetem também à psicologia da música, linha esta derivada, por sua vez, da psicologia experimental, e que deu origem às pesquisas interdisciplinares atuais que envolvem neurociência e música. Tais pesquisas sugerem que a prática musical é uma atividade altamente cognitiva, envolvendo o desenvolvimento de habilidades executivas quentes (associadas às emoções e tomadas de decisão) e frias (associadas à memória de trabalho e planejamento), coordenadas pelo córtex pré-frontal, e que favorece transferências distantes a outros domínios e construtos mentais.
Graziela Bortz é professora livre docente de análise, teoria e percepção musical do Instituto de Artes da Unesp. Realizou pesquisas sobre o impacto do Programa Guri Santa Marcelina em estruturas cerebrais, habilidades cognitivas e sociais em crianças na Grande São Paulo, colaborando com pesquisadores das áreas de psiquiatria, psicologia, estatística e educação musical . Foi trompista (OSPA e Theatro Municipal de São Paulo), coordenadora pedagógica da Emesp-Tom Jobim e atualmente colabora como revisora do SIMCAM, Percepta, ANPPOM, Opus, Hodie, Psychology of Music, entre outros.